Papa

Leão XIV exortou os jovens a serem "testemunhas corajosas" da amizade com Cristo e lutar pela fraternidade. Em mensagem para a 40ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será celebrada em nível diocesano na festa de Cristo Rei, o papa desejou que esse encontro sirva de preparação para  tornar todos “testemunhas corajosas de Cristo”.

por Nicolás de Cárdenas - ACI Digital

A caminho da Jornada Mundial da Juventude, que vai ocorrer na Coreia do Sul em 2027, o papa Leão XIV exortou os fiéis a refletir sobre dois aspectos do testemunho cristão: a amizade com Jesus e o compromisso de cada pessoa com a sociedade.

“O testemunho cristão nasce da amizade com o Senhor, crucificado e ressuscitado para a salvação de todos”, disse o papa. “Isso não deve ser confundido com propaganda ideológica, mas é um verdadeiro princípio de transformação interior e de conscientização social”.

Sobre isso, Leão XIV disse que quando o Senhor envia os fiéis a dar testemunho, é sinal de que “nos considera seus amigos” e conhece plenamente “o coração de cada um de vocês, jovens”, que vibra de indignação diante da injustiça e tem “desejo de verdade, de beleza, de alegria e de paz”.

"Ele não nos quer como servos, nem como ativistas de um partido político; Ele nos chama para estar com Ele como amigos, para que nossas vidas sejam renovadas”, disse o papa. “E o testemunho surge espontaneamente da alegre novidade dessa amizade".

Não há respostas na “rolagem infinita da tela do celular”

Usando como exemplo são João Evangelista, “o discípulo a quem Jesus amava”, Leão XIV enfatizou “que o testemunho cristão é fruto da relação de fé e de amor com Jesus, em quem encontramos a salvação da nossa vida”.

Do mesmo modo, referindo-se a são João Batista, que sempre apontou para Cristo em sua pregação, o papa disse que a verdadeira testemunha “não pretende ocupar o centro do palco”, mas sim “é humilde e interiormente livre, antes de tudo de si mesma, ou seja, da pretensão de ser o centro das atenções”.

Por isso, Leão XIV exortou os fiéis a "continuar buscando os amigos de Jesus na Bíblia", para entender que "eles encontraram o verdadeiro sentido da vida num relacionamento vivo com Cristo". Sobre isso, o papa disse: "Nossas perguntas mais profundas não são ouvidas nem respondidas pela rolagem incessante da tela de um celular, que captura nossa atenção, deixando nossas mentes cansadas e nossos corações vazios".

Sobre o compromisso do testemunho cristão no mundo, o papa disse aos jovens que “com a ajuda do Espírito Santo eles podem se tornar missionários de Cristo no mundo”, colocando-se ao lado de outros de sua geração para “caminhar com eles e mostrar-lhes que Deus, em Jesus, se tornou próximo de cada pessoa”.

Consciente de que “nem sempre é fácil dar testemunho”, porque o discípulo “experimenta em primeira mão a rejeição e, às vezes, até mesmo a oposição violenta”, o Leão XIV encorajou os fiéis a considerar essas dificuldades uma oportunidade propícia “para colocar em prática o mandamento mais alto”, que é amar os inimigos.

“É isso que os mártires têm feito desde o início da Igreja”, disse também o papa, que disse que o derramamento de sangue por Cristo não é “uma história que só pertence ao passado”.

Fraternidade versus polarização

Por fim, a mensagem do papa Leão XIV diz que, da amizade com Cristo, surge "um modo de vida que carrega consigo o caráter de fraternidade" que deve libertar os fiéis "da indiferença e da preguiça espiritual, ajudando-nos a superar o isolamento e a desconfiança".

Essa essência da fraternidade "nos une uns aos outros, impelindo-nos a nos comprometer, do voluntariado à caridade política, à construção de novas condições de vida para todos".

“Não sigam aqueles que usam as palavras da fé para dividir; em vez disso, organizem-se para eliminar as desigualdades e reconciliar comunidades polarizadas e oprimidas”, disse também o papa.

Em sua despedida, Leão XIV convidou os jovens a abraçar o dom do vínculo com Nossa Senhora, estabelecido aos pés da Cruz com são João Evangelista, cultivando-o especialmente por meio da oração do Rosário.

“Assim, em todas as situações da vida, experimentaremos que nunca estamos sozinhos, mas que somos sempre filhos amados, perdoados e encorajados por Deus”, concluiu o papa. “Testemunhem tudo isso com alegria!”

Fonte: ACI Digital